quinta-feira, 8 de outubro de 2009

ARSÊNICO E SEUS EFEITOS ....

Pesquisadores esclarecem efeitos do arsênico em células humanas
Fonte: The Journal of Clinical Investigation, 14/11/2001


Pesquisadores das Instituições Médicas Johns Hopkins descobriram um mecanismo que pode ter importância nos efeitos paradoxais do arsênico, que pode agir tanto como um tratamento para cânceres como um carcinógeno. O estudo está publicado na edição desse mês de The Journal of Clinical Investigation.
O arsênico é bem sucedido no tratamento de infecções como a malária, sífilis e framboesiomas, e é também efetivo contra certos tipos de leucemia. No entanto, a exposição a longo prazo a arsênico em água potável tem sido ligada a cânceres de bexiga, pulmão, pele, rim, canais nasais, fígado e próstata. A Organização Mundial de Saúde, o Departamento de Saúde e Recursos Humanos (DHHS) e a EPA (Agência de Proteção Ambiental) determinaram que o arsênico é cancerogênico para humanos.
"O arsênico tem efeitos diferentes dependendo do "terreno" em que atua: em células normais ele pode causar câncer e em células cancerosas pode levar à morte celular. Descobrimos um mecanismo que pode explicar ambos esses efeitos," afirmou Chi V. Dang, professor e diretor de hematologia e co-autor do estudo.

Dang e sua equipe descobriram que o arsênico inibe a transcrição de um gene chamado hTERT, que por sua vez inibe a expressão da telomerase, uma enzima que protege as extremidades dos cromossomos. Baixos níveis de telomerase causam fusões das extremidades dos cromossomos, promovendo instabilidade genética. Essa instabilidade pode levar a um câncer em células saudáveis e a apoptose, ou morte celular, em células cancerosas, segundo Dang.
As descobertas têm implicações tanto no desenvolvimento de terapias contra cânceres quanto em questões de saúde pública relacionadas aos níveis aceitáveis de arsênio na água potável. Os resultados do estudo podem levar ao desenvolvimento de uma quimioterapia mais efetiva para o tratamento de leucemia. Estudos anteriores mostraram que o composto trióxido arsênico é muito efetivo no tratamento de leucemia promielocítica aguda, uma variante de leucemia mielóide aguda, responsável por cerca de 10 a 15% desse tipo de câncer em adultos.

"A quimioterapia ataca pontos fracos diferentes de uma célula cancerosa. Nossas descobertas colocam em perspectiva como o arsênico pode ser utilizado em combinação com outros medicamentos na quimioterapia para combater o câncer," concluiu Dang.

O arsênico é um elemento que ocorre naturalmente e é encontrado na crosta terrestre, na água, no ar, em plantas e em animais. Ele é liberado no ambiente através de processos geológicos naturais, como vulcanismos, erosões, incêndios florestais e pela atividade industrial humana.

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